sábado, 10 de abril de 2010

PLANTAS DA MERUOCA PODEM SER UTILIZADAS NO COMBATE À DENGUE


Um grupo de pesquisadores de três universidades cearenses estuda a composição química de algumas espécies de plantas existentes na Meruoca. O projeto, apoiado pela Funcap, começou em 2006, e tem como objetivo realizar um estudo biomonitorado dos óleos essenciais, extratos e frações das espécies selecionadas por seu valor medicinal. Plantas da Meruoca podem ser utilizadas no combate à dengue

Giselle Soares
Da Agência Funcap

O monitoramento de extratos de plantas para a procura de substâncias bioativas têm se tornado cada vez mais comum em laboratórios de produtos naturais, principalmente em estudos sobre as atividades larvicida e antimicrobiana, ou em ensaios que visam avaliar o potencial citotóxico, antioxidante e anticolinesterásico (inibidor da enzima acetilcolinesterase, utilizado no tratamento de Alzheimer).

Esses estudos podem resultar em dados importantes para o tratamento de doenças como câncer, enfisema, cirrose, aterosclerose, mal de Alzheimer e artrites, relacionadas ao estresse oxidativo, que ocorre quando os mecanismos de proteção antioxidante do organismo se tornam ineficientes por fatores como idade e deterioração das funções fisiológicas.

Além dessas doenças, o biomonitoramento também pode ser útil no combate à dengue, através do estudo de componentes produzidos pela planta que a protegem contra micro-organismos e insetos predadores, podendo ser utilizados em novos produtos para combater o mosquito Aedes aegypti.

De acordo com a professora Maria Rose Jane Ribeiro, da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), coordenadora do projeto, foram estudadas nove espécies de plantas encontradas na serra da Meruoca, em Sobral, duas delas, Eupatorium ballotaefolium e Eupatorium betonicaeforme, tiveram a composição química volátil e não volátil analisadas (a volatibilidade de uma substância se refere à facilidade que ela tem de passar do estado líquido ao estado de vapor ou gasoso).

Das outras espécies estudadas, Baccharis trinervis, conhecida como assa-peixe-fino ou assa-peixe-branco, apresentou atividade antimicrobiana e Blainvillea rhomboidea, cujo nome popular é erva-palha ou picão-grande, apresentou atividade citotóxica frente a células tumorais da mama e do cólon. Além dessas, os óleos essenciais obtidos das folhas de Eupatorium ballotaefolium (picão-roxo) demonstraram potencial anticolinesterásico, podendo ser fortes candidatos no tratamento do mal de Alzheimer.

Grupo de pesquisa
Segundo a pesquisadora Maria Rose Jane Ribeiro, o grupo de pesquisa em Química Orgânica da UVA também estuda outras espécies que têm demonstrado ação larvicida significativa contra as larvas do Aedes aegypti, como o óleo essencial das raízes de Eupatorium betonicaeforme, ou elevada atividade antimicrobiana, como o óleo essencial de Baccharis trinervis (assa-peixe-fino).

Além da professora Maria Rose Jane, colaboram com o projeto os professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) Edilberto Rocha Silveira, Letícia Costa Lotufo e Otília Deusdênia Loiola Pessoa, a professora Jane Eire Silva, da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e os professores Elnatan de Souza, Paulo Bandeira e Hélcio dos Santos, da UVA.

A Funcap apoia o projeto, intitulado “Estudo Fitoquímico e Avaliação da Atividade Farmacológica de Plantas Nativas da Serra da Meruoca – Sobral – Ceará”, através do edital Programa Primeiros Projetos, de 2006. A coordenadora da pesquisa, Maria Rose Jane, também participa do edital Programa de Bolsas de Produtividade em Pesquisa e Estímulo à Interiorização – BPI, de 2008, com o projeto “Estudo Químico de Plantas Nativas da Região Norte do Ceará com Potencial Etnofarmacológico”.

Fonte: Jornal Expresso do Norte

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