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Foto: Alan Marques/Folhapress |
No comando do Planalto com o afastamento temporário de Dilma Rousseff, Michel Temer tem atuado para desfazer equívocos em sua gestão, como a falta de mulheres no Ministério.
O primeiro desentendimento público entre o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e membros do seu governo ocorreu ontem, quando o peemedebista discordou de declaração dada pelo ministro da Justiça Alexandre de Moraes. Em entrevista, o chefe da pasta defendeu a mudança no critério de escolha do procurador-geral da República.
Prática consolidada nos governos petistas, a presidência escolhe o nome mais votado na lista tríplice do Ministério Público Federal. A conduta era elogiada por membros do Ministério Público por garantir maior autonomia ao órgão.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o novo ministro defendeu que o Governo Federal não nomeie obrigatoriamente, para a chefia da Procuradoria-Geral da República, o mais votado na lista. Ele disse ainda que o poder do Ministério Público é grande, mas não pode ser “absoluto”.
Em posição divulgada por sua assessoria de imprensa, Temer disse que pretende manter a tradição de escolher o mais votado, e ressaltou que “quem escolhe o procurador-geral da República é o presidente da República”.
Polêmicas
Há menos de uma semana à frente do Palácio do Planalto, Temer tem enfrentado degastes após equívocos logo no primeiro dia de afastamento de Dilma Rousseff. Como, por exemplo, a ausência de mulheres na composição ministerial, formada essencialmente por homens.
O gesto foi criticado pela ausência de representatividade feminina no governo, diferentemente do que ocorreu nas administrações petistas. Em claro recuo, na tentativa de reparar o erro, a nova gestão anunciou ontem o nome da economista Maria Sílvia Bastos para comandar o BNDES.
Outra medida criticada é a extinção do Ministério da Cultura (MinC). A fim de reduzir o número de pastas, num esforço de contenção de gastos, Temer acabou criando outro problema.
A decisão gerou dissabores com a classe artística e mobilizou esse segmento. Ontem, um grupo de atores de teatro e circo ocupou o Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, sede do MinC e da Fundação Nacional de Artes (Funarte), em protesto contra o fechamento do órgão, que passa a funcionar apenas como secretaria atrelada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Em mais uma polêmica da gestão Temer, a nova logo do Governo Federal, que tinha objetivo de aproximar o Planalto das ruas, acabou gerando mais desgaste.
A bandeira usada na imagem baseia-se em uma versão desatualizada que vigorou na época da ditadura militar. A figura mostra apenas 22 estrelas, ao contrário da atualizada, com 27 no total - representando, assim, todos os Estados.
Jornal O POVO (com agências)
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