A população da Zona Norte do Estado ainda não se acostumou aos tremores que frequentemente abalam a região. Muita gente conta das rachaduras que apareceram nas casas e todos sabem quais são as sensações dos terremotos. Mas o medo continua
Por lá, ninguém se acostumou aos tremores. Na Zona Norte do Ceará, a população ainda se assusta cada vez que sente o chão tremer, as telhas balançarem ou a bateria de panelas sacudir. Quem pode vai reparando as rachaduras, tentando consertar os efeitos dos terremotos. Maria de Fátima Rodrigues, 48 anos, moradora de Alcântaras, teve a casa interditada. Foram tantas rachaduras que o prédio não pode mais abrigar ninguém. O risco é grande. O jeito foi, então, construir uma outra casa.
Como a nova residência já estava nos planos, dona Fátima se apressou para terminar a construção. Foi em 2008 que ela começou a sentir os tremores na cidade. ``Não dava mais para morar naquela casa, cheia de rachaduras. E ainda tenho medo. Quem sabe se não vem um mais forte?``, questiona-se.
A nova residência foi feita com mais cuidado. Tem até coluna de ferro, mas não é o bastante para espantar o medo. Depois do terremoto forte no Haiti, a apreensão aumentou. Mas são tantas conversas em Alcântaras que o povo inventa para se conformar. ``Medo a gente sempre tem. Mas o pessoal diz que não vem pra cá porque aqui tem muita pedra``, reconta dona Fátima.
A sobrinha dela, com quem mora, também não consegue conviver bem com o tremor frequente. ``Quando sinto um, saio logo correndo``, descreve Gislaine Silva Rodrigues, 12. No ano passado, quando os abalos foram mais fortes, ela passou noites dormindo no colchão no meio do alpendre.
Medo
Em Sobral, principalmente nos distritos da zona rural, a situação também ainda é temor. No segundo sábado de janeiro deste ano, foi o mais forte de 2010. ``Eu estava aqui fora de casa, esperando meu menino chegar quando senti. Entrei e vi logo as telhas balançando``, narra Maria Gregório do Nascimento, 58, que mora no Sítio Jardim, em Sobral. A filha, de 16 anos, pulou logo da janela para fora.
No ano passado, paredes da casa de dona Maria racharam. O reboco de algumas partes caiu. Ela, que sofre de pressão alta, tenta esconder o medo para acalmar os filhos. ``A gente não se acostuma, não. A gente tenta se controlar. Mas medo faz. A gente não sabe o que Deus tem para mandar, se é castigo...``, sugere ela.
Em outro distrito de Sobral, Sítio São Francisco, Maria Rodrigues da Silva, 75, ainda guarda o que viu dos tremores de 2009. As telhas se mexiam, o espelho da parede caiu, a concha no fogão também foi ao chão. Ela conta que recorre às rezas para se proteger. ``Rezo para Nossa Senhora do Desterro para ir bem para longe, para desterrar, para um lugar que não tenha gente``, confessa.
Leia mais:
Por que a terra treme
Fonte: Reportagem O Povo online
Como a nova residência já estava nos planos, dona Fátima se apressou para terminar a construção. Foi em 2008 que ela começou a sentir os tremores na cidade. ``Não dava mais para morar naquela casa, cheia de rachaduras. E ainda tenho medo. Quem sabe se não vem um mais forte?``, questiona-se.
A nova residência foi feita com mais cuidado. Tem até coluna de ferro, mas não é o bastante para espantar o medo. Depois do terremoto forte no Haiti, a apreensão aumentou. Mas são tantas conversas em Alcântaras que o povo inventa para se conformar. ``Medo a gente sempre tem. Mas o pessoal diz que não vem pra cá porque aqui tem muita pedra``, reconta dona Fátima.
A sobrinha dela, com quem mora, também não consegue conviver bem com o tremor frequente. ``Quando sinto um, saio logo correndo``, descreve Gislaine Silva Rodrigues, 12. No ano passado, quando os abalos foram mais fortes, ela passou noites dormindo no colchão no meio do alpendre.
Medo
Em Sobral, principalmente nos distritos da zona rural, a situação também ainda é temor. No segundo sábado de janeiro deste ano, foi o mais forte de 2010. ``Eu estava aqui fora de casa, esperando meu menino chegar quando senti. Entrei e vi logo as telhas balançando``, narra Maria Gregório do Nascimento, 58, que mora no Sítio Jardim, em Sobral. A filha, de 16 anos, pulou logo da janela para fora.
No ano passado, paredes da casa de dona Maria racharam. O reboco de algumas partes caiu. Ela, que sofre de pressão alta, tenta esconder o medo para acalmar os filhos. ``A gente não se acostuma, não. A gente tenta se controlar. Mas medo faz. A gente não sabe o que Deus tem para mandar, se é castigo...``, sugere ela.
Em outro distrito de Sobral, Sítio São Francisco, Maria Rodrigues da Silva, 75, ainda guarda o que viu dos tremores de 2009. As telhas se mexiam, o espelho da parede caiu, a concha no fogão também foi ao chão. Ela conta que recorre às rezas para se proteger. ``Rezo para Nossa Senhora do Desterro para ir bem para longe, para desterrar, para um lugar que não tenha gente``, confessa.
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Fonte: Reportagem O Povo online
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