Foto: Camila de Almeida |
(Do o POVO) Aumento no número de viroses gastrointestinais foi associado popularmente à proliferação de moscas, mas as autoridades sanitárias negam que esses insetos sejam os únicos responsáveis pelas doenças.
Uma diarreia muito forte precedida de uma dor aguda e de enjoo e que causa dor muscular e sonolência, mais ou menos após três ou quatro dias. Essa é a descrição feita por uma moradora do bairro Vila União, em Fortaleza, sobre a chamada virose da mosca. Ela não quis se identificar, mas relatou que casos semelhantes atingiram quase toda a família e também a vizinhança.
Nas redes sociais, em postos de saúde e unidades de emergência, há inúmeros relatos de pessoas que tiveram sintomas parecidos e, em muitas dessas histórias, há a associação da infecção com a presença de moscas. Contudo, segundo as principais autoridades em infectologia do Estado, a virose da mosca é apenas um novo apelido para antigas conhecidas: as doenças diarreicas agudas (DDAs), mais frequentes no início do ano.
“Na Bahia, também há um surto parecido que foi apelidado pela população local de virose da metralhadora, em referência àquela música que fez sucesso no Carnaval”, conta o infectologista Ivo Castelo Branco. “De todo modo, as moscas são agentes transmissores de uma série de doenças e se proliferam na quadra chuvosa, sendo importante evitar a criação de ambientes favoráveis a elas”, alerta o médico. Ele reforça a importância de não se deixar restos de comida expostos, lavar bem as mãos antes das refeições e após o uso do banheiro, cobrir as fontes de água e lavar bem os alimentos.
O gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Antonio Lima, lembra que esses surtos são favorecidos “pela maior umidade verificada nesse período”. Lima orienta pessoas acometidas por diarreias agudas, principalmente crianças e idosos, a procurarem a unidade de saúde mais próxima.
Segundo o gestor, a SMS está tentando isolar os agentes causadores das viroses notificadas na rede municipal este ano para identificar se existe um agente infeccioso prevalecendo. “Caso confirmemos que há um agente envolvido na maior parte dos casos, podemos emitir uma nota técnica, até para orientar o trabalho dos profissionais da saúde”, afirma.
Postos de saúde
No Posto de Saúde Irmã Hercília Aragão, no bairro São João do Tauape, foram registrados 41 casos de DDAs em janeiro e, apenas na primeira quinzena de fevereiro, foram 52 registros. “Está atingindo todas as faixas etárias e vindo acompanhada de dor abdominal profunda”, diz a enfermeira Lílian Holanda.
Para prevenir
1 - Beber somente água tratada, filtrada ou fervida
2 - Beber bastante líquidos
4 - Manter os depósitos de água sempre fechados e fazer limpeza deles regularmente
5 - Manter a higiene da casa, pessoal e dos utensílios de mesa e fogão
6 - Lavar as mãos com água e sabão antes de preparar os alimentos, antes de amamentar, após a troca de fraldas de crianças e após usar o banheiro
7 - Proteger os alimentos de moscas, baratas e ratos
8 - Lavar cuidadosamente as verduras e frutas antes do consumo e/ou preparo
Fontes: Ministério da Saúde
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