Em 1880, o município de Crateús, no sertão no Nordeste, era do Piauí e foi anexado a território do Ceará, como resultado da solução encontrada para o litígio territorial entre estes dois estados.
O Ceará reconheceu a jurisdição do Piauí sobre o município de Amarração (Luís Correia), que passou a ser os únicos 49 quilômetros de litoral em território piauiense, em troca o Piauí ofereceu dois importantes municípios piauenses: Independência e Príncipe Imperial, hoje Crateús.
Desta vez não houve contrapartida e o Piauí perdeu, da noite para o dia, 250 famílias, correspondentes a 1.300 pessoas, para o Ceará, causando conflitos, recusa de piauienses de ser chamados de cearenses, e toda uma retirada pela prefeitura do lado piauiense de serviços como visitas de agentes comunitário de saúde, de suspensão de aulas para as crianças e de fornecimento de medicamentos para diabéticos.
Os 1.300 habitantes eram contados até o Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2000 e a Contagem da População de 2007, os 1.300 habitantes das localidades Campestre, Conduru, Jaboti, Jabu, Grotas, Tucuns, Palmeira dos Ricardos, Sumaré e Deus me Livre para o município piauense de Cocal (268 km de Teresina), mas no Censo Demográfico de 2010, os mesmos habitantes foram contabilizados como do município de Granja, do Ceará.
O supervisor de Informações do IBGE do Piauí, Pedro Soares, afirmou que os moradores das localidades rurais de Cocal foram contabilizados como cearenses do município de Granja depois que a Diretoria de Geociências do Ceará usando carta topográfica e GPS determinou a linha de divisão entre os estados do Piauí e do Ceará determinando que as comunidades rurais que eram de Cocal passassem a ser consideradas como de Granja. A maioria dos moradores da área de litígio não conhece Granja, mas se relacionam comercialmente com a cidade de Viçosa do Ceará. Os comerciantes de Viçosa abastecem os ex-piauienses de frutas, verduras, carnes e peixes.