(O Povo). Conforme os dados da Fundação Cearense de Metereologia e Recursos Hídricos, o desvio positivo já atinge 101.2%
O Ceará conseguiu dobrar a média histórica de chuvas estabelecida para janeiro, de 98,7 mm, ao atingir 198,6 mm, até esta terça-feira, 26. Conforme os dados da Fundação Cearense de Metereologia e Recursos Hídricos, o desvio positivo já atinge 101.2%.
Com o acúmulo registrado até o momento, o mês de janeiro de 2016 só fica atrás do mesmo período anotado nos anos de 2002 (245,1 mm), 2004 (406,1 mm) e 2011 (212,9 mm). Faltando seis dias para o fim do mês, o Estado ainda pode aumentar a precipitação.
Conforme a Funceme, as chuvas de janeiro, mês que não integra a quadra chuvosa estabelecida entre os meses de fevereiro e de abril, são causadas pelo fenômeno chamado de Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN). Ele não possui relação alguma com a Zona de Convergência Intertropical, responsável pelo período chuvoso.
Apesar do acúmulo positivo em janeiro, o prognóstico da Funceme indica 65% de chances do Ceará entrar no quinto ano de seca.
Em entrevista ao O POVO, o supervisor da unidade de Tempo e Clima do órgão, Raul Fritz, explicou que o VCAN é bastante irregular e tem anos que o fenômeno traz boas chuvas, mas em outros não.
O especialista também afirmou que há possibilidades do fenômeno perdurar. "Esse sistema que está atuando agora apresenta maior intensidade em janeiro. Ele pode perdurar até meados de fevereiro, principalmente pelas circunstâncias meteorológicas atmosféricas que a gente vê no momento", comentou.
Situação dos açudes
Com as chuvas no Estado, três açudes sangraram: Caldeirões, em Saboeiro; Trici, em Tauá; e Colina, em Quiterianópolis. O Ceará possui 153 açudes, com capacidade de 18,68 bilhões de m³. O volume até esta segunda-feira, 25 era de 2,33 bilhões de m³, segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Ainda no relatório há registrados aportes em 78 açudes, destacando-se os açudes Acarape do Meio, Angicos, Aracoiaba, Arneiroz II, Banabuiú, Castanhão, Caxitoré, Cedro, Edson Queiroz, Frios, General Sampaio, Jaburu I, Orós, Pedras Brancas e Pentecoste. Estes aportes permitiram que os açudes Amanary, Flor do Campo, Patos, Realejo e Santo Antônio de Aracatiaçu deixassem o volume morto e que os açudes Carmina, Facundo, Faé, São José III, Sousa, Tijuquinha e Várzea do Boi deixassem de estarem secos.
Número de sangrias no Ceará: três
Número de açudes em volume morto: 35
Açudes secos: 33