A estudante do curso de Licenciatura em Física do campus de Sobral do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Geovana Sousa Ramos, de 21 anos, tem se destacado no programa Caça Asteroides, projeto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em parceria com a Agência Espacial Norte-americana, a Nasa. Em pouco tempo, a jovem detectou 46 asteroides que ainda não haviam sido identificados pela Nasa, recebendo certificado internacional assinado pelo ministro do MCTI, o astronauta Marcos Pontes.
O objetivo do programa Caça Asteroides é popularizar a ciência entre cidadãos voluntários, com participação aberta a escolas, instituições, clubes de ciências e astrônomos amadores. Quem faz parte do programa é chamado de cientista cidadão e, após treinamento online, torna-se capaz de fazer descobertas astronômicas originais, aprendendo astronomia na prática.
Os participantes recebem pacotes de imagens captadas pelo Telescópio da Universidade do Hawaii, nos Estados Unidos. Utilizando o software Astrometrica, os cientistas cidadãos conseguem detectar preliminarmente os asteroides, enviando relatórios para a Nasa. A confirmação vem após um longo processo de avaliação, que pode durar de seis a oito anos. Se confirmado, a pessoa que fez a descoberta pode nomear os asteroides como desejar.
Geovana Ramos fez parte de uma das equipes inscritas no programa a partir de um projeto de extensão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Logo, ela se destacou por conseguir detectar um grande número de asteroides em pouco tempo. "Consegui analisar mais de mil fotos em cinco dias", lembra a jovem. "Me dediquei muito para mostrar o potencial de uma cientista mulher e do interior do Nordeste. Passava horas no computador. Na minha cabeça, eu era a própria funcionária da Nasa", brinca.
A estudante é de Manaus e veio morar no Ceará após ser aprovada para o IFCE via Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O interesse pela Ciência vem da infância. "Sempre tive fascinação com os planetas", diz. Geovana tem um canal no Youtube para divulgação científica, o "Astrofísica e Ciência".
Sobre o projeto
O Projeto Caça Asteroides no Brasil conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência vinculada ao MCTI, e do Instituto Brasileiro de Informações em Ciência e Tecnologia (IBICT), unidade de pesquisa vinculada ao MCTI. Os participantes recebem um certificado do IASC (International Astronomical Search Collaboration), o programa na Nasa que conta com a cooperação de várias nações do mundo para novas descobertas astronômicas.
Os asteroides compõem um numeroso grupo de pequenos corpos rochosos que orbitam em torno do Sol. Com formato irregular, assemelham-se a pedras de grandes dimensões, em torno de 3 vezes o tamanho de montanhas, no entanto, podem atingir 1000 km de diâmetro. A maioria dos asteroides encontra-se entre Marte e Júpiter, em uma região denominada de Cinturão de Asteroides. A partir de 1992, vários desses corpos foram encontrados em órbitas além de Netuno, sendo chamados de asteroides transnetunianos, constituindo o Cinturão de Kuiper. Grandes asteroides já colidiram com a Terra, sendo uma dessas colisões consistente com a extinção dos dinossauros. O monitoramento de asteroides potencialmente perigosos é realizado por diversos grupos de pesquisa, dando origem a projetos como o Caça Asteroides MCTI, da Nasa.
Coordenadoria de Comunicação Social do IFCE de Sobral
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