Entre tantos problemas que Alcântaras enfrenta atualmente a falta d’agua tem sido uma grande dor de cabeça para os moradores. Antigamente era uma cena bem normal e corriqueira ver as pessoas com latas d’água na cabeça, tomar banho de cuia ou lavar roupas na lavanderia pública, tudo isso fazia parte do passado, desde que foi implantado o sistema de abastecimento de água no ano de 98, daí então os moradores desativaram seus famosos cacimbões nos quintais de casa como era de costume.
A verdade é que com tanta falta de água nas torneiras, o cenário na cidade tem mudado. Vejo senhoras e crianças novamente com baldes a procura de água nos antigos chafarizes da cidade que por sinal alguns viviam solitários ou foram desativados e esquecidos pelo tempo, já viu também senhoras donas de casa a procura de vasilhas para o famoso costume de antes, “lavar os pratos na bacia” com intuito de economizar água. O Sr. “Zé Rocha” para que não conhece um morador da Rua da Pimenta (bairro do junco) que sempre ganhou a vida botando “água de beber” e declamando seu famoso jargão: “água doce água mel quem beber dela vai pro céu”, nem está dando conta de tantos pedidos é tanto que o Juninho já até entrou também na ramo de botador de água.
De repente mim veio na lembrança a imagem da bondosa Alaíde (foto), que viveu toda a sua vida a botar água para os moradores, lembro-me como se fosse hoje quando ela toda majestosa ajeitava sua 'rudia' na cabeça com o intuito de amenizar o peso da lata d’água na cabeça. O Mocó era outro botador de água, esse era mais requintado, pois tinha clientes mais ilustres, como o prefeito José ramos e outros, ele também levava mais vantagem em sua carga d’água que a Alaíde, pois trazia em duas latas daquelas de querosene amarradas em paus devidamente esculpidos e lustrados pelo tempo de uso, tinha também a Chiquinha do Zé Wilson, Tereza Bengala e Dana Sula.
A todos eles nossos agradecimentos e saudades, anjos botadores de água!
Por Edilene Alcântara
(Pedagoga, Artesã e Especialista em Gestão)
A todos eles nossos agradecimentos e saudades, anjos botadores de água!
Por Edilene Alcântara
(Pedagoga, Artesã e Especialista em Gestão)
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