Fatia de programas de transferência de renda nos ganhos médios do cearense passou de 1,59% para 4,49%
Desde que o Bolsa Família foi regulamentado, em janeiro de 2004, cerca de 1,1 milhão de cearenses foram cadastrados para receber, mensalmente, quantias que variam de R$ 32 a R$ 306, deixando o Ceará na 5ª posição do ranking dos Estados com maior número de beneficiados.
Cerca de 1,1 milhão de cearenses já foram cadastrados no Bolsa Família desde janeiro de 2004, quando o programa foi regulamentado FOTO: JULIANA VASQUEZ
De acordo com um estudo divulgado ontem pelo Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), da Universidade Federal do Ceará (UFC), tal fenômeno foi responsável por praticamente triplicar, num período de dez anos, a participação dos programas assistencialistas na composição média da renda da população.
O levantamento, baseado na Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio (Pnad) divide a origem da renda em quatro itens: trabalho, aluguéis e doações, pensões e aposentadorias, e outras rendas (programas de transferências, juros de cadernetas de poupança e aplicações financeiras em geral). Este último quesito, composto principalmente pelas assistências sociais do governo, saltou de apenas 1,59%, em 2001, para 4,49% em 2011.
Ao mesmo tempo, a participação do trabalho caiu de 72,11% para 70,39%. O economista e professor do LEP Carlos Alberto Manso reconhece a importância de programas como o Bolsa Família para ajudar nas despesas de famílias mais pobres e diminuir a desigualdade social, no entanto, admite estar preocupação com essa inversão de valores apresentada no estudo.
"O País e o Estado precisam de um crescimento inclusivo, ou seja, que a renda aumente e seja bem distribuída, no entanto, isso precisa acontecer através do mercado de trabalho, e não por meio de programas de transferência. É preocupante que a renda da população fique cada vez mais dependente deles", criticou o economista.
Reportagem completa no Jornal Diário do Nordesde
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