O dinheiro é referente ao show da cantora baiana realizado na última sexta-feira, em Sobral. Ministério Público de Contas questiona valor de cachê.
O Governo do Estado Ceará efetuou nesta quarta-feira, 23, o pagamento de R$ 650 mil referente ao cachê da cantora baiana Ivete Sangalo, que realizou na última sexta-feira um show para inaugurar o Hospital Regional da Zona Norte (HRN), em Sobral. O gasto é informado pelo Sistema de Contabilidade e Registros de Dados e Despesas (SIC - S2GPR).
O dinheiro, entretanto, poderá ser ressarcido aos cofres estaduais, caso o recurso apresentado pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), Gleydson Alexandre, seja acatado pelo pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE). "Em tese, pode haver o ressarcimento. Mas temos que esperar essa decisão", explica o Glaydson.
A apresentação de Ivete em Sobral acabou provocando um bate-boca entre o governador Cid Gomes (PSB) e o procurador-geral, que questiona o valor do cachê pago à artista. Ele lista, por exemplo, seis shows da artista em outras cidades que foram realizados no ano de 2012 por um valor menor, com variação entre R$ 400 mil e R$ 500 mil. Irritado com a postura de Glaydson, Cid chegou a afirmar, na última terça-feira, que ele é um "garoto que deseja aparecer e fica criando caso".
"O que é o (procurador-geral do) Ministério Público de Contas? É um garoto que deseja aparecer e fica assim criando caso. O MP é uma parte. Ele entrou com uma ação, o presidente do Tribunal indeferiu e aí, pra ganhar mídia, pra ficar aparecendo na imprensa, fica fazendo recurso", declarou o governador.
Cid se referia à decisão do MPC de recorrer do arquivamento do processo relativo ao cachê da artista baiana, feito pelo presidente interino do TCE, Pedro Timbó. Ele se baseou em parecer da 7ª Inspetoria da Corte, que não detectou nenhuma irregularidade na contratação de Ivete.
As críticas de Cid foram imediatamente rebatidas pelo procurador-geral do MPC. Em nota, Glaydson Alexandre afirmou que as declarações de Cid "mostram-se desrespeitosas ao Ministério Público de Contas e demonstram que o chefe do Executivo estadual não tem o menor respeito pelas instituições democráticas".
Para o procurador-geral, essa postura do governador mostra que ele "não aceita que o MPC cumpra a sua obrigação de fiscalizar o adequado uso dos recursos públicos estaduais".
Redação O POVO Online
Foto: IVETESNGLOVERS.COM
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