Presidente Lula sanciona o aumento de 7,72% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo e veta o fator previdenciário. O ganho real de 4,2% acima da inflação é inédito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contrariando recomendação da equipe econômica, sancionou ontem o reajuste de 7,72% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo (R$ 510). O pagamento deve ser retroativo a janeiro, mas ainda não há definição de como se dará o procedimento de concessão do novo benefício.
Para conceder o aumento que beneficia mais de 8,1 milhões de idosos no Brasil vão ser cortados mais R$ 1,6 bilhões do Orçamento. A decisão ocorreu após horas de reunião com ministros, assessores e o líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza. O fim do fator previdenciário (que inibe aposentarias precoces) foi vetado.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega (Foto), disse, ao deixar a reunião, que Lula orientou a equipe econômica a fazer os cortes necessários em outras despesas para compensar o reajuste. Garantiu que não haverá redução em investimentos, mas em custeio e em emendas parlamentares. “Além dos cortes que já fizemos, de R$ 10 bilhões, cortaremos R$ 1,6 bilhão para não alterar o Orçamento”, afirmou. De acordo com cálculos do Governo, o reajuste de 6,14% custaria R$ 6,7 bilhões aos cofres públicos por ano. Com os 7,72%, cerca de R$ 8,3 bilhões.
Na verdade, os aposentados vão receber a diferença entre os dois percentuais (1,58%). O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, afirmou que o pagamento do novo benefício aos aposentados será retroativo a janeiro e ocorrerá neste mês ou em julho. Mas Mantega ressaltou que a forma de pagamento ainda não foi definida.
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