Reunião aconteceu na tarde de ontem, sábado dia 04.04.2015 |
Os servidores reivindicam reajuste salarial com reposição da inflação e garantia de direitos, como licença prêmio, anuênios e pagamento justo de adicional de insalubridade, o que foi negado pela Gestão Municipal com a alegação da crise a nível federal. Leia na integra a publicação do Deputado Estadual Renato Roseno
"Nós não vamos pagar pela crise". A frase, dita pelo vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alcântaras, Charlys Meneses, resumiu o sentimento de dezenas de trabalhadores da cidade, que aprovaram, neste sábado, 4 de abril, a realização de paralisação por tempo indeterminado.
Os servidores reivindicam reajuste salarial com reposição da inflação e garantia de direitos, como licença prêmio, anuênios e pagamento justo de adicional de insalubridade. Alcântaras fica na zona Norte do Ceará, a 261,5 quilômetros de Fortaleza.
A decisão pela greve ocorreu após a categoria ter avaliado negativamente a postura da Prefeitura de Alcântaras, que, em reunião realizada no último dia 25 de março, informou que só poderia dar respostas às reivindicações após a realização de estudo de impacto financeiro. Também na reunião, segundo o relato da diretoria do sindicato, a prefeitura argumentou que a crise financeira que atinge o Brasil teria trazido mais dificuldades para o município. O argumento foi rechaçado pela diretoria, que criticou gastos com diárias de aluguel de carros e outros. "Nós queremos os nossos direitos", afirmou Charlys.
Participando da assembleia a convite dos trabalhadores, o deputado estadual Renato Roseno (PSol) defendeu que a crise econômica não deverá ser paga pelos trabalhadores. Ele ressaltou que, enquanto políticas sociais como educação e gastos com pessoal tiveram parte dos recursos cortada, os bancos continuam tendo lucros exorbitantes. Apenas em 2014, cerca de 45% do Orçamento da União foram gastos com dívida pública, beneficiando o setor financeiro.
Roseno criticou a postura da presidenta Dilma Rousseff, que descumpriu promessas de campanha ao anunciar reajustes que prejudicam sobretudo mulheres e jovens. Diante do cenário atual, ele defendeu que é preciso que os trabalhadores estejam organizados e mobilizados em lutas contra o arrocho e por direitos. Nesse sentido, manifestou apoio à paralisação dos servidores públicos de Alcântaras, colocou o mandato a serviço dessa luta, comprometeu-se a solicitar informações sobre a execução orçamentária do município ao Tribunal de Contas, bem como a defender, no plenário da Assembleia Legislativa, a garantia dos direitos dos trabalhadores.
Também presentes, representantes da Intersindical apoiaram a decisão da categoria, que dará início à paralisação na próxima quinta-feira, 9 de abril. Eles destacaram que as leis municipais, conquistadas em mobilizações anteriores, amparam os trabalhadores e devem garantir os direitos reivindicados. A professora do ensino infantil Elanes Lauriano, 32, comemorou a aprovação unânime do movimento paredista. "Já participei de uma greve aqui e os resultados foram muito proveitosos. Estou confiante que poderemos ganhar o nosso reajuste", disse.
No destaque, motoristas servidores da Prefeitura de Alcântaras |
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