domingo, 5 de abril de 2015

EM ASSEMBLEIA GERAL DO 'SINDICAN', SERVIDORES DA PREFEITURA DE ALCÂNTARAS DECIDEM ENTRAR EM GREVE

Reunião aconteceu na tarde de ontem, sábado dia 04.04.2015
Os servidores reivindicam reajuste salarial com reposição da inflação e garantia de direitos, como licença prêmio, anuênios e pagamento justo de adicional de insalubridade, o que foi negado pela Gestão Municipal com a alegação da crise a nível federal. Leia na integra a publicação do Deputado Estadual Renato Roseno

"Nós não vamos pagar pela crise". A frase, dita pelo vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alcântaras, Charlys Meneses, resumiu o sentimento de dezenas de trabalhadores da cidade, que aprovaram, neste sábado, 4 de abril, a realização de paralisação por tempo indeterminado.

Os servidores reivindicam reajuste salarial com reposição da inflação e garantia de direitos, como licença prêmio, anuênios e pagamento justo de adicional de insalubridade. Alcântaras fica na zona Norte do Ceará, a 261,5 quilômetros de Fortaleza.

A decisão pela greve ocorreu após a categoria ter avaliado negativamente a postura da Prefeitura de Alcântaras, que, em reunião realizada no último dia 25 de março, informou que só poderia dar respostas às reivindicações após a realização de estudo de impacto financeiro. Também na reunião, segundo o relato da diretoria do sindicato, a prefeitura argumentou que a crise financeira que atinge o Brasil teria trazido mais dificuldades para o município. O argumento foi rechaçado pela diretoria, que criticou gastos com diárias de aluguel de carros e outros. "Nós queremos os nossos direitos", afirmou Charlys.

Participando da assembleia a convite dos trabalhadores, o deputado estadual Renato Roseno (PSol) defendeu que a crise econômica não deverá ser paga pelos trabalhadores. Ele ressaltou que, enquanto políticas sociais como educação e gastos com pessoal tiveram parte dos recursos cortada, os bancos continuam tendo lucros exorbitantes. Apenas em 2014, cerca de 45% do Orçamento da União foram gastos com dívida pública, beneficiando o setor financeiro.

Roseno criticou a postura da presidenta Dilma Rousseff, que descumpriu promessas de campanha ao anunciar reajustes que prejudicam sobretudo mulheres e jovens. Diante do cenário atual, ele defendeu que é preciso que os trabalhadores estejam organizados e mobilizados em lutas contra o arrocho e por direitos. Nesse sentido, manifestou apoio à paralisação dos servidores públicos de Alcântaras, colocou o mandato a serviço dessa luta, comprometeu-se a solicitar informações sobre a execução orçamentária do município ao Tribunal de Contas, bem como a defender, no plenário da Assembleia Legislativa, a garantia dos direitos dos trabalhadores.

Também presentes, representantes da Intersindical apoiaram a decisão da categoria, que dará início à paralisação na próxima quinta-feira, 9 de abril. Eles destacaram que as leis municipais, conquistadas em mobilizações anteriores, amparam os trabalhadores e devem garantir os direitos reivindicados. A professora do ensino infantil Elanes Lauriano, 32, comemorou a aprovação unânime do movimento paredista. "Já participei de uma greve aqui e os resultados foram muito proveitosos. Estou confiante que poderemos ganhar o nosso reajuste", disse.
No destaque, motoristas servidores da Prefeitura de Alcântaras


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